Por João Paulo da Silva
Uma pesquisa publicada recentemente na revista Nature trouxe uma revelação importante sobre o papel social das mulheres na pré-história e em nossos dias atuais. A análise de paleontólogos da Colorado University Boulder, nos Estados Unidos, indica que as fêmeas das espécies Australopithecus africanus e Paranthropus robustus, que viveram há mais de um milhão de anos, no sul da savana africana, passavam a maior parte do tempo caçando, enquanto os machos ficavam em casa lavando os pratos. Os pesquisadores chegaram a esta conclusão graças a um estudo realizado com 19 dentes que pertenceram a estes nossos parentes mais peludos. A observação aponta que mais da metade dos dentes femininos foi encontrado longe do local onde viviam as espécies, contra apenas 10% dos dentes dos homens, o que sugere que a macharada vivia cuidando do lar e as fêmeas saiam para conseguir comida.
Todas as pesquisas honestas que se debruçam sobre existência da vida humana na Terra caminham no sentido de mostrar que, antes da civilização, da propriedade privada e do casamento monogâmico, não havia essa conversa mole de “trabalho de homem” ou “trabalho de mulher”. As mulheres nem sempre dependeram dos homens, como gostam de afirmar os defensores do machismo. Mesmo porque essa propalada dependência foi imposta logo depois que os homens surrupiaram boa parte das invenções e descobertas das mulheres. Se observarmos atentamente a história, perceberemos um fato: em casa ou na rua, foram elas que começaram a longa jornada que arrastou a humanidade até aqui.
Eu já sabia que tinham sido as mulheres as responsáveis pelo desenvolvimento da cerâmica, da curtição de peles, da tecelagem e da construção de habitações. Até as primeiras experiências da botânica, da química e da medicina começaram com elas. A mesma coisa com a colheita de frutos, o cultivo da terra e a domesticação de animais, entre eles o próprio homem. Entretanto, agora, com esta novidade sobre as mulheres caçadoras, estou ainda mais convicto de que elas possuem condições de atuar em todas as áreas de atividades humanas. Mesmo com o capitalismo barateando a mão de obra feminina para nos explorar cada vez mais, é inegável que as mulheres estão ocupando profissões e espaços antes dedicados exclusivamente ao sexo masculino. Inclusive, o número de famílias chefiadas por elas tem aumentado bastante.
Mas por que estou fazendo todo esse preâmbulo? Já me explico. Considerando que as mulheres assinam a obra social de praticamente toda a pré-história e que, nas últimas décadas, depois de milênios de opressão e exclusão, elas reiniciam sua jornada em busca da igualdade, eu sou obrigado a aceitar que nós, homens, estamos obsoletos. Nem mesmo para ter filhos e prazer as mulheres precisam mais de nós. Hoje, a ciência e uma infinidade de “brinquedinhos” sexuais já dão um jeito nisso. Durante muito tempo, acreditamos cegamente que elas sempre necessitariam de nossas habilidades para realizar as tarefas mais pesadas, como matar baratas e instalar a antena parabólica. Entretanto, acabei descobrindo, da pior forma possível, que perdemos totalmente a utilidade.
Era domingo. Em casa, eu e minha companheira aproveitávamos o dia de folga. Estávamos deitados no sofá vendo TV, quando ela falou:
- Tô com um pouco de fome. Acho que vou pegar alguma coisa pra comer na cozinha.
Instantes depois, ela voltou com um pote de azeitonas aberto. Espantado, perguntei:
- Você abriu isso sozinha?!
- Abri.
- Como assim “abri”?! Por que não me chamou?!
- Porque não foi preciso. Eu mesma abri, ué! Pode ser?!
Aquilo me deixou abatido e me fez pensar seriamente no futuro sombrio que nos espera. O que será do gênero masculino se, por exemplo, não pudermos mais abrir potes de azeitonas?! É uma triste constatação, eu sei. Estamos ficando cada vez mais obsoletos. Mulheres, eu vos imploro! Tomem o mundo, mas nos deixem ao menos trocar as lâmpadas.
Uma pesquisa publicada recentemente na revista Nature trouxe uma revelação importante sobre o papel social das mulheres na pré-história e em nossos dias atuais. A análise de paleontólogos da Colorado University Boulder, nos Estados Unidos, indica que as fêmeas das espécies Australopithecus africanus e Paranthropus robustus, que viveram há mais de um milhão de anos, no sul da savana africana, passavam a maior parte do tempo caçando, enquanto os machos ficavam em casa lavando os pratos. Os pesquisadores chegaram a esta conclusão graças a um estudo realizado com 19 dentes que pertenceram a estes nossos parentes mais peludos. A observação aponta que mais da metade dos dentes femininos foi encontrado longe do local onde viviam as espécies, contra apenas 10% dos dentes dos homens, o que sugere que a macharada vivia cuidando do lar e as fêmeas saiam para conseguir comida.
Todas as pesquisas honestas que se debruçam sobre existência da vida humana na Terra caminham no sentido de mostrar que, antes da civilização, da propriedade privada e do casamento monogâmico, não havia essa conversa mole de “trabalho de homem” ou “trabalho de mulher”. As mulheres nem sempre dependeram dos homens, como gostam de afirmar os defensores do machismo. Mesmo porque essa propalada dependência foi imposta logo depois que os homens surrupiaram boa parte das invenções e descobertas das mulheres. Se observarmos atentamente a história, perceberemos um fato: em casa ou na rua, foram elas que começaram a longa jornada que arrastou a humanidade até aqui.
Eu já sabia que tinham sido as mulheres as responsáveis pelo desenvolvimento da cerâmica, da curtição de peles, da tecelagem e da construção de habitações. Até as primeiras experiências da botânica, da química e da medicina começaram com elas. A mesma coisa com a colheita de frutos, o cultivo da terra e a domesticação de animais, entre eles o próprio homem. Entretanto, agora, com esta novidade sobre as mulheres caçadoras, estou ainda mais convicto de que elas possuem condições de atuar em todas as áreas de atividades humanas. Mesmo com o capitalismo barateando a mão de obra feminina para nos explorar cada vez mais, é inegável que as mulheres estão ocupando profissões e espaços antes dedicados exclusivamente ao sexo masculino. Inclusive, o número de famílias chefiadas por elas tem aumentado bastante.
Mas por que estou fazendo todo esse preâmbulo? Já me explico. Considerando que as mulheres assinam a obra social de praticamente toda a pré-história e que, nas últimas décadas, depois de milênios de opressão e exclusão, elas reiniciam sua jornada em busca da igualdade, eu sou obrigado a aceitar que nós, homens, estamos obsoletos. Nem mesmo para ter filhos e prazer as mulheres precisam mais de nós. Hoje, a ciência e uma infinidade de “brinquedinhos” sexuais já dão um jeito nisso. Durante muito tempo, acreditamos cegamente que elas sempre necessitariam de nossas habilidades para realizar as tarefas mais pesadas, como matar baratas e instalar a antena parabólica. Entretanto, acabei descobrindo, da pior forma possível, que perdemos totalmente a utilidade.
Era domingo. Em casa, eu e minha companheira aproveitávamos o dia de folga. Estávamos deitados no sofá vendo TV, quando ela falou:
- Tô com um pouco de fome. Acho que vou pegar alguma coisa pra comer na cozinha.
Instantes depois, ela voltou com um pote de azeitonas aberto. Espantado, perguntei:
- Você abriu isso sozinha?!
- Abri.
- Como assim “abri”?! Por que não me chamou?!
- Porque não foi preciso. Eu mesma abri, ué! Pode ser?!
Aquilo me deixou abatido e me fez pensar seriamente no futuro sombrio que nos espera. O que será do gênero masculino se, por exemplo, não pudermos mais abrir potes de azeitonas?! É uma triste constatação, eu sei. Estamos ficando cada vez mais obsoletos. Mulheres, eu vos imploro! Tomem o mundo, mas nos deixem ao menos trocar as lâmpadas.
6 comentários:
Dilma Presidenta, Casa Civil com Gleisi Hoffmann... é, mulheres no poder!
Antes da Dilma foi um operário no poder.
Nos EUA temos um negro no poder.
Enfim, minorias exploradas e oprimidas no poder.
E daí? Fazem o mesmo que faziam os seus exploradores antes!
...
Mudando o assunto: azar se antes a mulher era caçadora (como são as leoas das savanas africanas, né?) e tinha função de liderança familiar e hoje não é mais. Tempos mudam, costumes mudam, cultura muda. Você queria tudo cristalizado e imutável?
Tempos atrás existia escravidão branca, depois escravidão negra, depois domínio político pela Igreja Católica... nada disso existe mais. Serve como exemplo histórico, mas não como exemplo de como as coisas devem ser.
Que as mulheres são independentes enquanto gênero e podem se cuidar sozinhas eu concordo. Mas quando eles se divorciam, quem paga pensão alimentícia é o homem, né? Que leis "opressoras" e "desequilibradas" nós temos, não concorda João? Se homens e mulheres são iguais, por qual razão as leis de pensão alimentícia, direito de guarda de filhos e até a Maria da Penha protegem as mulheres? Como proteger algo que não é mais frágil, mas sim igual?
João, você é bonzinho demais. Eu sou machista e homofóbico e enquanto isso não for crime, é meu direito de ser, portanto vou continuar sendo. As pessoas tem o direito de serem idiotas também. Isso não é crime. :p
Problema é ser desonesto, é ser ladrão, é - por exemplo - pedir grana emprestada e não pagar. E isso eu não faço, mas conheço um monte de gente ultra-perfeita da esquerda, anti-machismo, anti-homofobia, pró-revolução comunista etc que foi desonesto comigo nesse sentido.
Entre ser algo como caloteiro e machista, prefiro ser machista. E podem reclamar a vontade! :)
Além do mais, se o machismo me beneficia, por que eu vou ser contra ele? Pra parecer politicamente correto? E se eu quiser ser politicamente incorreto, qual o problema disso?
As mulheres podem conseguir abrir frascos de azeitona (como sua companheira), trocar lâmpadas etc. Mas o Messi ainda é melhor que a Marta, viu! :)
Boas, meu velho!
E obsoleto é você, que não fica mais ereto! :p
Ei viado, libera os comentários nos vídeos e no "cada mergulho é um flash". Quero te xingar por lá e não consigo... :p
Você, perpiscaz como sempre! Adorei o texto, dei boas risadas no final. Saudades suas! Beijo
Quanto a isso de abrir potes é uma verdade. Minha namorada é bem adepta dessas coisas neofeministas.
É verdade, ela já abre alguns potes, mas quando não rola sempre estou por perto pra "mostrar como se faz".
Ela não aceita de jeito nenhum que depois do casório ela mude o nome dela, a não ser que eu também o faça.
Contas a gente sempre racha, a não ser que um dos dois convide e saiba da pindaíba que talvez o outro esteja passando.
Mas se a patroa quiser trocar você por um mero brinquedinho ou por outra, pode entregar de volta o seu atestado de homem, viu?
Esse problema eu nunca tive.
Concordo com o início da fala de Mário, mas não quer dizer que todas as mulheres são assim e a análise me parece superficial... Qualquer indivíduo, seja mulher ou homem do PT, fará a mesma coisa que essa corja tem feito, então, não é uma questão de gênero a picaretagem! Ah, matar baratas eu sei, trocar lâmpadas também, mas não sei se consigo abrir um pote de azeitonas! E agora?! Rsrsrs
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