Na beira do mar, o Roberval segurava sua tacinha de plástico cheia de
vinho espumante barato. Vestido de branco, assim como milhares de tantas outras
pessoas, ele aguardava eufórico a queima de fogos e a chegada do ano novo. No
peito, aquele velho e conhecido sentimento: “Porra, o próximo ano tem que ser
melhor, né?! Esse foi de lascar.”.
E o Roberval tinha razão. O ano não fora nada bom. Cheio de corrupção, desastres naturais, demissões, mortes. Uma enxurrada de tragédias individuais e coletivas, muitas das quais ele mesmo começou a recordar naquele momento, enquanto esperava o início da contagem regressiva.
O Roberval só foi tirado de sua rápida e trágica retrospectiva por causa da queima dos fogos de artifício e de um sujeito que o cutucava insistentemente.
- Opa, companheiro! Feliz ano novo pra você! – adiantou-se o Roberval para o desconhecido.
- Feliz ano novo é o cacete, meu irmão! Passa logo pra cá a carteira, o relógio, o celular e essas pulseiras de bacana aí! – disse o sujeito com um canivete encostado na barriga do Roberval.
- Mas calma aí, colega. Também não é assim, né?! Poxa, é ano novo. O que é isso, companheiro?! – o Roberval ainda tentou argumentar, enquanto entregava os pertences.
- Isso é um assalto, rapaz! Nunca viu, não? Nesse país todo mundo rouba. Por que ladrão não pode roubar?! Se ligou na ideia? Pois é. Agora me dá um gole desse champanhe aí também. Perdeu, prayboy. Feliz ano novo!
“É. Vai ser um ano daqueles.”, pensou o Roberval, vendo o sujeito se afastar e os últimos fogos estourarem. “Já estou com saudades do ano passado.”.
E o Roberval tinha razão. O ano não fora nada bom. Cheio de corrupção, desastres naturais, demissões, mortes. Uma enxurrada de tragédias individuais e coletivas, muitas das quais ele mesmo começou a recordar naquele momento, enquanto esperava o início da contagem regressiva.
O Roberval só foi tirado de sua rápida e trágica retrospectiva por causa da queima dos fogos de artifício e de um sujeito que o cutucava insistentemente.
- Opa, companheiro! Feliz ano novo pra você! – adiantou-se o Roberval para o desconhecido.
- Feliz ano novo é o cacete, meu irmão! Passa logo pra cá a carteira, o relógio, o celular e essas pulseiras de bacana aí! – disse o sujeito com um canivete encostado na barriga do Roberval.
- Mas calma aí, colega. Também não é assim, né?! Poxa, é ano novo. O que é isso, companheiro?! – o Roberval ainda tentou argumentar, enquanto entregava os pertences.
- Isso é um assalto, rapaz! Nunca viu, não? Nesse país todo mundo rouba. Por que ladrão não pode roubar?! Se ligou na ideia? Pois é. Agora me dá um gole desse champanhe aí também. Perdeu, prayboy. Feliz ano novo!
“É. Vai ser um ano daqueles.”, pensou o Roberval, vendo o sujeito se afastar e os últimos fogos estourarem. “Já estou com saudades do ano passado.”.
3 comentários:
É assim mesmo! mas de todo modo um Feliz 2013!!!!
Gostei! É mesmo, o que ficou para traz, muitas vezes parece ser melhor do que esta por vir....
Gostei mesmo, muito bom!
Um ex- aluno muito fã de seus posts, :)
detalhe que esse é meu 1º comentário! U.u
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