Quase todo mundo
já broxou. E quem ainda não broxou não precisa se preocupar. Um dia a sua broxada
chegará. Implacável, irremediável, inacreditável. Mais cedo ou mais tarde. É
melhor que seja mais tarde. Aí dá até pra usar aquela desculpa da idade etc. e
tal. Mas é isso. Desencane. Perder o tesão na hora em que você mais precisa dele
pode acontecer com qualquer um. Homens e mulheres. É claro que a broxada não é uma
“prerrogativa” meramente masculina. Mulheres também broxam, mesmo sem ter um
pênis. Nós, seres humanos, somos criaturas hipersensíveis, muito vulneráveis a influências
de fatores físicos e psicológicos.
Broxamos pelas mais diversas razões. Porque bebemos demais; porque sofremos de problemas cardíacos; porque há seis meses não pagamos o aluguel; porque certos homens falam “menas” ou “piroca” na cama; porque os níveis de hormônio estão baixos; porque a mãe daquele gato da academia telefonou bem na hora H e o desgraçado atendeu; ou ainda porque não temos autoconfiança suficiente e não acreditamos que a Scarlett Johansson possa estar nos dando mole. Enfim, motivos para broxar não faltam.
Broxamos pelas mais diversas razões. Porque bebemos demais; porque sofremos de problemas cardíacos; porque há seis meses não pagamos o aluguel; porque certos homens falam “menas” ou “piroca” na cama; porque os níveis de hormônio estão baixos; porque a mãe daquele gato da academia telefonou bem na hora H e o desgraçado atendeu; ou ainda porque não temos autoconfiança suficiente e não acreditamos que a Scarlett Johansson possa estar nos dando mole. Enfim, motivos para broxar não faltam.
Finalmente, a
Adelaide iria transar com o César, o homem mais cobiçado do escritório. Lindo,
alto, forte, elegante, pele queimada do sol. Cabelo meio grisalho, sabe? Tipo
George Clooney. “Uma coisa!”, como gostava de dizer a Adelaide às suas amigas
do setor de recursos humanos. No trabalho, os dois sempre trocaram olhares
diferentes, insinuantes. Mas nunca avançaram além das trincheiras da sedução.
Faltava uma oportunidade. E ela veio na festa de fim de ano da empresa.
Conversaram e riram a noite inteira. Adelaide nas nuvens. Lá pelas tantas,
depois de muitos fogos, abraços e champanhe, o César se ofereceu para levá-la
em casa, que nem hesitou em aceitar. Já na porta do condomínio, a Adelaide não perdeu
tempo e convidou em tom provocativo: "Quer dar uma subidinha?"
Agora Adelaide
estava ali, louca de tesão, rebolando como uma dançarina do "É o Tchan", tirando o vestido e deixando à mostra a
lingerie vermelha. E o César deitado na cama, assistindo tudo.
- Eu vou acabar
com você. Vou abusar de cada parte desse seu corpinho. – dizia a Adelaide,
ensandecida.
- Então vem!
Para de falar e vem aqui.
- Por que não
tira essa roupa?
- Vem tirar
você.
E lá foi a
Adelaide. Saiu tirando peça por peça. Camisa, calças, sapatos, cueca. Mas
quando tirou as meias...
- Ai, o que é
isso?! Socorro, meu Deus!
- O que foi?! –
estranhou o César.
- Que horror!
Não acredito!
- Não acredita no
quê?! O que foi que houve?!
- Você tem seis
dedos no pé direito!
- Aaahhh,
Adelaide. É só isso?! Que bobagem. É de nascimento. Vem cá, vem.
- Como assim, “só
isso”?! Como assim, “bobagem”?! Não posso transar com um cara que tem seis
dedos no pé. – disse e se afastou com repulsa.
- E por que não?
Não é doença, nem é contagioso.
- Mas é nojento!
Não posso chegar perto disso.
- Deixa de
frescura, Adelaide. Não tem nada de nojento. Só dá mais trabalho na hora de
cortar as unhas.
- Você estragou
tudo. Acabou com todo o clima. Não tinha nada que ter esse sexto dedo aí.
- Olha, você
quer que eu ponha as meias de novo? – perguntou o César, já meio sem jeito.
- Não adianta!
Agora eu já sei. Não vou conseguir esquecer e me concentrar. Não posso nem
imaginar você encostando esse pé em mim. E também transar com um homem de meias é o cúmulo!
- Escuta, não é
o meu pé que eu quero encostar em você... Também começa com “P”, mas não é pé.
- Ai, seu
grosso! Perdi completamente o tesão.
- Por causa de
um pequeno detalhe anatômico?!
- Não é nenhum
pequeno detalhe anatômico. Odeio eufemismos. Isso é uma mutação genética. Não é
normal. Não posso fazer sexo com um mutante, com um X-Men. Meu Deus, acho que
vou vomitar.
- Olha, assim
você tá me ofendendo. Não acredito que estou ouvindo isso de você.
Preconceituosa! Sabia que muitas pessoas tem seis dedos?!
- Ah, é?! Quem,
por exemplo, além de você?
- Ah, sei lá,
Adelaide. Não me lembro de ninguém agora. Mas até o George Clooney pode ter
seis dedos no pé.
- O George
Clooney tem seis dedos no pé?!
- Pode ser que
sim. Quem vai saber? E se ele tivesse? O que você faria? Você não disse que me
achava parecido com o George Clooney?
- Isso é só uma
suposição. Ninguém tem certeza de que ele tem seis dedos no pé. E, de qualquer forma,
você não é o George Clooney.
- Chega! Cansei!
Vou embora. Parece maluca. Eu, hein!
Assim que o
César bateu a porta atrás de si, Adelaide correu em direção ao telefone. Ligou
para uma conhecida que morava nos EUA.
- Amiga, preciso
de um favor seu. Coisa de vida ou morte. Será que você teria como descobrir se
o George Clooney tem seis dedos no pé?
3 comentários:
João, com sempre, excelente, e desopilante. Humor sarcástico, irônico e inteligente. Valeu meu irmão. Até a próxima crônica!
mas as unhas do cara eram cortadas e limpas?
hahuahauhauhau
arrasou Jão!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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