
Sala de aula. O professor de Língua Portuguesa questiona seus alunos sobre substantivos coletivos.
- Então, queridos alunos, vamos ver se vocês conhecem os substantivos coletivos. Qual é o coletivo de camelos?
- Cáfila! – respondem todos.
- Muito bem. E o de lobos?
- Alcateia!
- Perfeito, turma! E o de abelhas?
- Enxame, professor!
- Maravilha! Vocês estudaram, hein! Agora eu quero ver se vocês sabem este. Qual é o coletivo de ladrões?
A resposta foi unânime.
- Assembleia Legislativa!
- Então, queridos alunos, vamos ver se vocês conhecem os substantivos coletivos. Qual é o coletivo de camelos?
- Cáfila! – respondem todos.
- Muito bem. E o de lobos?
- Alcateia!
- Perfeito, turma! E o de abelhas?
- Enxame, professor!
- Maravilha! Vocês estudaram, hein! Agora eu quero ver se vocês sabem este. Qual é o coletivo de ladrões?
A resposta foi unânime.
- Assembleia Legislativa!
A história me fez refletir sobre a atual política alagoana. Desde que a Operação Taturana revelou que deputados desviaram quase 300 milhões dos cofres públicos, o parlamento alagoano se transformou numa novela ruim com capítulos cada vez mais grotescos. É um tal de entra-e-sai, fica ou não fica, abre-e-fecha. Um horror. No embalo do novo acordo ortográfico, a Assembleia Legislativa resolveu adotar um novo verbo: malufar. Eu malufo, tu mafulas, ele malufa, nós malufamos etc. Teve gente que adorou.
Seja na esfera nacional, estadual ou municipal, a corrupção é a mesma. E são sempre os mesmos partidos. Em que, por exemplo, o mensalão do PT é diferente das maracutaias das siglas dos Taturanas? Mas a impunidade dos crimes na política tem a sua utilidade pública. Serve para mostrar que a Justiça trabalha com dois pesos e duas medidas e que de cega ela não tem nada. Sabe exatamente quem deve ou não prender. Para a população marginalizada das favelas, o remédio é pânico e pólvora. Para políticos corruptos, regalias e impunidade. Receio que a Força de Segurança Nacional esteja procurando criminosos no lugar errado.
O escandaloso caso da Assembleia parece ser a apoteose da falência daquilo que chamam de “instituições democráticas”. Fico imaginado o que aconteceria com a política se colocássemos em prática apenas duas medidas: prisão e confisco dos bens dos corruptos e a instituição de mandatos revogáveis a qualquer momento. Pensem: na primeira pisada na jaca, o povo poderia destituir o político na hora. Fica aí a sugestão.
Minha geração – assim como tantas outras – foi educada por pais que utilizavam o Monstro do Armário para obrigar seus filhos a comerem legumes, por exemplo. Hoje é diferente. Já sei de pais que preferem métodos mais radicais. Ao menor sinal de desobediência dos filhos, disparam: “Olha aqui, garoto. Se não comer essas verduras, te tranco na Assembleia, ouviu?!”.
Uma malvadeza.