domingo, 30 de dezembro de 2012

Feliz ano novo!

Por João Paulo da Silva

Na beira do mar, o Roberval segurava sua tacinha de plástico cheia de vinho espumante barato. Vestido de branco, assim como milhares de tantas outras pessoas, ele aguardava eufórico a queima de fogos e a chegada do ano novo. No peito, aquele velho e conhecido sentimento: “Porra, o próximo ano tem que ser melhor, né?! Esse foi de lascar.”. 

E o Roberval tinha razão. O ano não fora nada bom. Cheio de corrupção, desastres naturais, demissões, mortes. Uma enxurrada de tragédias individuais e coletivas, muitas das quais ele mesmo começou a recordar naquele momento, enquanto esperava o início da contagem regressiva.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Broxadas 3

Por João Paulo da Silva

Isso nunca me aconteceu antes.”. Mentira. Já aconteceu, sim. É o clichê de todo broxa. Todo homem que costuma broxar diz essa frase quando falha. É como se ele quisesse se redimir do próprio fracasso apelando para a indulgência tácita do primeiro erro. Mas o que o broxa ignora é a perspicácia da mulher. A mulher odeia desonestidade. Ela sente o cheiro da mentira no ar. Talvez não exista nada mais broxante para uma mulher do que um homem mentiroso. Ela quer cumplicidade, e não um contador de vantagem. Por isso, meu amigo, se broxou, fale a verdade. É melhor abrir o jogo. Dizer que ficou ansioso; que ela é muito linda; que você esperou tanto por aquele momento e que acabou ficando um pouco tenso. Ela vai entender. Mulheres são compreensivas com a verdade. Posso até apostar que ela irá procurar fazer você relaxar, vai afagar seus cabelos, chamar você de fofo e sussurrar pequenas safadezas no seu ouvido, até a dita (dura) comparecer.