domingo, 25 de dezembro de 2011

Ideia para uma história de Natal

Por João Paulo da Silva

É noite. E Papai Noel viaja em seu trenó da Lapônia até o Brasil, puxado por suas renas. Pousa com segurança no telhado de uma casa e, cuidadosamente, entra pela janela. Uma vez dentro, dá de cara com o Robertinho e a Jandira.
- Papai Noel! Você veio de verdade. – falam as crianças magricelas.
- Pois é, garotada. Mas não posso demorar muito. Agora deixa eu ver aqui o que foi que vocês me pediram.


domingo, 18 de dezembro de 2011

Prefácio

(O texto abaixo trata-se do prefácio que escrevi para um recente livro - Crônicas do Nova Natal - publicado por jovens cronistas, alunos da professora Amanda Gurgel, sobre situações vividas no bairro em que eles moram e estudam: o Nova Natal, na Zona Norte da capital do Rio Grande do Norte. Foi um grande prazer escrevê-lo. Agora, é um grande prazer publicá-lo aqui em meu blog.)

O escritor Ariano Suassuna costuma dizer que “a literatura é uma forma de protestar contra a morte”. Gosto de citar essa frase sempre que me perguntam por que escrevo. Se existir é doloroso, abandonar a vida sem deixar registros deve ser ainda mais. Há outras razões que levam as pessoas a escreverem, claro. Mas, ao que me parece, o escritor também escreve para ser lembrado. Não necessariamente por um exercício de vaidade, e sim porque acredita que todo mundo deve passar pela vida e marcar suas digitais na história. Na verdade, quem escreve tem medo do esquecimento. E a morte não deixa de ser uma forma de ser esquecido. Por isso, escrever e fazer literatura, além de serem artes, são também maneiras de impedirmos que as pessoas se esqueçam de nós e do mundo que as cerca.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Dando corda ao relógio do mundo

Por João Paulo da Silva

Tem uma frase do poeta Mário Quintana que diz: “Os que fazem amor não estão fazendo apenas amor: estão dando corda ao relógio do mundo.”. A chegada do pequeno João Gabriel na minha vida me fez pensar bastante sobre a questão. Quem deixa uma vida nestas terras deixa mais do que simplesmente um ser com identidade genética e semelhanças físicas. Deixa uma marca. Um desígnio de humanidade. Ter um filho é ter a chance de ser alguém melhor. Mas criar um filho é mais bonito. É experimentar a possibilidade de continuar existindo nos sonhos das gerações seguintes. Por inúmeras razões, muitas crianças são geradas sem nenhum tipo de sentimento de amor. Vem ao mundo e pronto. Na adoção, não. É um pouco diferente. Gerar não é o que define. Cuidar, criar e formar. Isso é o que basta. Adotar um filho é necessariamente um ato de amor. O pequeno João Gabriel é o meu.