domingo, 25 de março de 2012

Um estranho

Por João Paulo da Silva

O amor é estranho. Não escolhe hora, momento ou lugar. Vem como um susto. Acontece tudo muito rápido, de maneira bastante imperceptível. Invade, inunda, consome, retalha. É assim. O sentimento é tão mágico que às vezes nem mesmo o ser descobridor percebe a descoberta. Talvez seja o mais confuso dos sentimentos. O mais difícil de se entender. E por isso o melhor.

domingo, 18 de março de 2012

O fim do mundo

Por João Paulo da Silva

Fala-se muito sobre o fim do mundo. Publica-se muito sobre o fim do mundo. Filma-se muito sobre o fim do mundo. Mas nada disso é muito sério, claro. Nossa paranóia fatalista vai de teorias científicas de araque a profecias apocalípticas oriundas do obscurantismo religioso. Terremotos devastadores, tsunamis capazes de engolir a Terra, tempestades solares que vão fritar a todos nós, chamas do inferno de satanás brotando do chão, juízo final, ira divina contra os pecadores e um etc tão grande quanto essa frase ou mesmo a nossa capacidade de imaginação. Até o simples encerramento do calendário solar de uma civilização antiga entrou no meio do delírio. Tudo isso sem a menor evidência científica. O que tem de gente pelo planeta estocando suprimentos, construindo bunkers e se refugiando em lugares que, supostamente, estariam livres do colapso final não está no gibi. Qual é, gente! Vamos dar um desconto, né?! Essa neurose coletiva já passou dos limites máximos da paciência. Previsões sobre o fim do mundo são feitas desde o tempo em que nós ainda nem tínhamos calendário. E, vejam que surpresa, nós continuamos por aqui. Não é incrível?!

domingo, 11 de março de 2012

Uma metáfora para o mundo contemporâneo

Por João Paulo da Silva

Andando tranquilo no centro da cidade, não pude deixar de bater os olhos na manchete de um jornal numa banca de revistas: "Hamas diz que lançará foguetes enquanto Israel mantiver ocupação". Percebendo meu interesse pelo assunto, o dono da banca comentou:
- Esses sujeitos são todos uns fanáticos. Vivem metidos nessa guerra sem sentido. Um bando de terroristas doidos que só querem explodir tudo. Eu é que não me meto nisso. Estão todos errados.

domingo, 4 de março de 2012

As maiores lições da vida

Por João Paulo da Silva

Ao contrário do que muitas pessoas podem achar, as grandes lições da vida não são aprendidas nos bancos das escolas ou das universidades. Aquilo que muitas vezes é imponderável, que nos decifra intimamente e nos ensina a viver, não está nos livros de física, química ou biologia. Não estou menosprezando o conhecimento acumulado pela humanidade. Longe de mim! Que Marx me livre de dizer um absurdo desses. Conhecimento é fundamental para entender o mundo e o que há nele. Mas não é disso que estou falando.

A ciência pode explicar a razão de estarmos aqui, como o universo funciona, por que os animais evoluem e o que havia no planeta antes de nós nos tornarmos a espécie dominante. A ciência pode esclarecer quase tudo, e o que ainda não foi esclarecido é só uma questão de tempo. Entretanto, as grandes lições da vida não são ensinadas dentro das salas de aula. É nas ruas que elas são aprendidas. Nos pontos de ônibus, nas mesas de bar, nas praças, na padaria da esquina. A rua é a maior escola para as maiores lições.