domingo, 4 de março de 2012

As maiores lições da vida

Por João Paulo da Silva

Ao contrário do que muitas pessoas podem achar, as grandes lições da vida não são aprendidas nos bancos das escolas ou das universidades. Aquilo que muitas vezes é imponderável, que nos decifra intimamente e nos ensina a viver, não está nos livros de física, química ou biologia. Não estou menosprezando o conhecimento acumulado pela humanidade. Longe de mim! Que Marx me livre de dizer um absurdo desses. Conhecimento é fundamental para entender o mundo e o que há nele. Mas não é disso que estou falando.

A ciência pode explicar a razão de estarmos aqui, como o universo funciona, por que os animais evoluem e o que havia no planeta antes de nós nos tornarmos a espécie dominante. A ciência pode esclarecer quase tudo, e o que ainda não foi esclarecido é só uma questão de tempo. Entretanto, as grandes lições da vida não são ensinadas dentro das salas de aula. É nas ruas que elas são aprendidas. Nos pontos de ônibus, nas mesas de bar, nas praças, na padaria da esquina. A rua é a maior escola para as maiores lições.

Em mesa de bar, se ouve de tudo. De tudo mesmo. Principalmente, se o bar for uma birosca. Para muitas pessoas, é lá que a vida acontece. É lá que pode ser compreendida, debatida, estudada, dissecada. É o lugar das mais densas epifanias, das revelações mais avassaladoras. Enfim, das grandes lições. Um dia, por exemplo, tive a oportunidade de ter a minha, numa conversa com um homem bastante simples, mas não superficial. Durante o dia, era trabalhador da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). À noite, filósofo de mesa de bar e especialista em comportamento humano.

Entre uma cerveja e outra – combustível indispensável para a filosofia de botequim – depois de abordar diversos assuntos menores, eis que o sujeito se pôs a discorrer sobre a psiquê humana, sempre dando mais atenção às particularidades femininas. Lá pelas tantas, enquanto ele ainda dissertava a respeito do insondável mistério da mulher, decidi fazer uma pergunta:
- Seu Beltrano, como deve ser a mulher ideal?
- Meu filho, mulher só presta braba e mandona.

Meio atarantado com a resposta, resolvi me certificar:
- E como deve ser o homem então?
- Ora, meu filho. O homem tem que ser teimoso e desobediente, claro.

4 comentários:

pedro disse...

kkkkkkkkkkkkk... Isso é verdade... Pra um tipo existir tem que ter o outro.

Bruno Martins disse...

Concordo em gênero, número e degrau, hehehehehe

Natália Freitas disse...

Bom, ainda bem que nossas vidas ñ estão cristalizadas em situações óbvias, né?!

Enquanto isso eu continuarei braba e mandona e ai daquele que desobedecer!

Bjo, cronista de boteco.

Ednilma disse...

Sábias palavras João, mas, sábio ainda o seu filóso.fo de botequim