terça-feira, 4 de março de 2014

O pavor cega

Por João Paulo da Silva

A violência urbana tem causas sociais profundas. Ela não dá em árvore. Ninguém nasce bandido. Assaltos, agressões e homicídios aterrorizam as pessoas, é verdade. A revolta é compreensível e justa. Mas é impossível discutir uma solução para o problema sem questionar o modelo de sociedade que temos. Uma pergunta inescapável: aonde poderia nos levar uma sociedade cuja natureza é gerar exclusão social, miséria e a mais absoluta desassistência dos direitos mais básicos?

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O espetáculo do absurdo e a apoteose da canalhice

Por João Paulo da Silva

De dentro dos palácios do poder, parece que havia uma torcida organizada. Talvez em função do clima de Copa do Mundo, eu acho. Governos, setores da imprensa e um Congresso Nacional com vocação para a canalhice cruzaram todos os dedos, das mãos e dos pés, à espera de uma “justificativa” que respaldasse a histeria da mídia e o “balé quebra nós” do Estado contra as manifestações populares.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Paciência

Por João Paulo da Silva

Na porta do banheiro, o pai tenta convencer o filho de dois anos a tomar banho.

- Vamos, filho. Hora de ir pro chuveiro.
- Não, papai. Não quero.
- Mas tem que ir, filho.
- Por quê?
- Porque você está sujo.
- Por quê?
- Porque está suado.
- Por quê?
- Porque você estava correndo, brincando na rua...
- Por quê?
- Ai, meu Deus... Filho, vai pro chuveiro.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Rolezinhos

Por João Paulo da Silva

Enquanto isso, nos shoppings brasileiros... o país da democracia racial se revela.

Numa loja, a gerente da grife e a cliente rica conversam.

- Ai, querida... não sei você, mas eu ando tão assustada com essa onda de... como é mesmo que eles chamam? ‘Rolezinhos’, não é? Isso tem tirado o meu sossego, acredita?! A gente nem pode mais fazer compras em paz. Ai, que absurdo.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Quem é mesmo que faz o jogo da direita?

Por João Paulo da Silva

Gente... na boa, já tá ficando feio isso. Constrangedor, até. Mais falso do que os sorrisos do José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves juntos. Se é pra mentir, convém mentir direito, né?! Ninguém mais pode criticar os governos do PT, Lula e Dilma, sem ser imediatamente acusado de “fazer o jogo da direita”, “querer o retorno do PSDB”, ou “reproduzir o discurso da mídia golpista”. Assim fica difícil, pessoal!
(...)