domingo, 29 de julho de 2012

A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho

Por João Paulo da Silva

Machista declarado, talvez até incorrigível, o Gilmar é o tipo de sujeito que não perde a chance de soltar uma piadinha infame. Pode perder tudo. Os amigos, a namorada, a vergonha na cara, o respeito. Só não perde a piada. Por pior que seja. E parece que a situação ficou ainda mais absurda depois que o Gilmar descobriu um livro que conta as autênticas origens dos contos de fadas. Falando assim, ninguém acredita. Mas, segundo o Gilmar, as histórias da carochinha são, na verdade, tramas fantásticas que envolvem traição, sexo e violência.

domingo, 22 de julho de 2012

Confissões

Por João Paulo da Silva

Fui criado sob a égide do catolicismo. É claro que meus pais não perguntaram se eu gostaria de ser católico. E nem poderiam. Na época eu ainda nem falava. E mesmo que falasse não seria ouvido. Já cheguei até a imaginar a cena. Minha mãe perguntaria:
- O bebê da mamãe vai ser católico, não vai?

E eu, com poucos meses de vida, responderia:
- Nada disso! Sou um ateu convicto! Deus não existe.

domingo, 15 de julho de 2012

A perda da inocência

Por João Paulo da Silva

Vou usar um clichê. A vida é uma enorme travessia. E pelo caminho vamos perdendo uma penca de coisas importantes. Tudo bem. Eu sei. Já está manjado. Mas é que eu sempre quis dizer isso num texto. Tem a ver com uma espécie de magia que a frase exerce sobre mim. Não sei. Gosto da metáfora. É isso. É a metáfora.

domingo, 8 de julho de 2012

Fair play, brother!

Por João Paulo da Silva

Há situações na vida que possuem propriedades interessantíssimas. Encruzilhadas cotidianas em que as pessoas acabam por demonstrar quem realmente são. Na cama, ao volante, na prática política... São todas ocasiões de grande revelação. Outro dia, porém, soube de uma situação que talvez seja a mais reveladora de todas. O assalto! Eis o instante em que a moral burguesa é ofendida. Eis o encontro do capitalismo com seu Frankenstein. O criador e a criatura. Cara a cara! O assalto oscila entre a celebração do ridículo e o extremismo da barbárie. Pelo menos em alguns casos.