domingo, 19 de agosto de 2012

Os símbolos da decadência

Por João Paulo da Silva

A propaganda eleitoral gratuita na TV me diverte e desespera ao mesmo tempo, embora me pareça que quando a inventaram a função não fosse exatamente a de garantir entretenimento ou desânimo para milhões de brasileiros. Há algo de errado nisso tudo, eu sei. Quer dizer, algo não. Tudo mesmo. Da política econômica à falsa democracia. Mas não se pode negar que muitos candidatos estão mais para personagens folclóricos do que para postulantes a um cargo público. Parte da disputa eleitoral oscila entre o cômico e o absurdo, numa caricatura teatral da decadência.

domingo, 12 de agosto de 2012

Dia do “papá...”

Por João Paulo da Silva

Aos 27 anos, meu primeiro dia dos pais... como papai, é claro. Até dizem que já tenho cara de pai. Aliás, cara e corpo de pai. Há quem afirme que eu dei uma engordada e que estou caminhando para o cultivo daquela barriguinha saliente, presente na vida de todo pai que se preze (ou se despreze). Mas isso não passa de futrica alheia. Ainda não estou nestas condições, muito embora a calvície, que também é uma aflição paterna, já avance as fronteiras do aceitável. Minha aparência não me incomoda, da mesma forma que não me incomodaria se eu fosse um pai parecido com o Hugh Jackman. Fisicamente falando. A verdade, porém, é que a chegada do pequeno João Gabriel mudou para sempre os meus dias. Agora, além de comemorar o dia dos pais do lado daqueles que ganham presentes, também sou acordado todas as manhãs ao som das sílabas mais bonitas da língua portuguesa. Cinco e tanta da madrugada, vem a voz do berço me chamar: “papá, papá...”. Ser pai é viver em completo estado de abestalhamento.