“A liberdade de eleição permite que você
escolha o molho com o qual será devorado.”
(Eduardo Galeano)
Como é estranha e complexa esta coisa que os homens do poder chamam de democracia. Dizem que em nossa sociedade, a cada dois anos, somos chamados a exercitar o tão proclamado e inalienável direito de votar. Tão inalienável que mesmo aquele que não deseja votar é obrigado a fazê-lo. Essa obrigação, que de tempos em tempos os donos da bola decidem proibir, faz parte do jogo da democracia, já que é através dela que elegemos nossos representantes. Ou não. Bom, pelo menos é o que dizem.
Na democracia, dizem também que qualquer um pode ser candidato e que os eleitores têm o direito de conhecer as ideias e as propostas de todos aqueles que se candidatam. Agora, claro, que se um determinado candidato tem dez minutos de propaganda na TV, durante o horário eleitoral gratuito, e os outros têm apenas um minuto ou menos para apresentarem suas opiniões, isso já não é problema da democracia. Tem a ver com o posicionamento dos astros, as fases da lua e o ciclo de menstruação dos galináceos. Mas não com os direitos democráticos ou coisa parecida. O mesmo vale para as regras dos debates.
A legislação eleitoral, que também faz parte da democracia, obriga as emissoras a convocarem para os debates todos os candidatos dos partidos que possuem representação na Câmara Federal, mas não obriga a convocação dos que não possuem nenhum representante. De modo que convocar os párias das eleições fica a critério de cada emissora. TVs e rádios recebem concessões públicas para funcionar, mas decidem sozinhas quem participa ou não dos debates. É claro que se essa decisão diminui as chances dos partidos que não possuem representação alcançarem uma cadeira na Câmara Federal, isso também não é problema da democracia.
Desde o período da redemocratização, nunca tivemos tantos candidatos à Presidência da República como temos nestas eleições. Ao todo, são nove os que disputam o comando do país. Entretanto, você não conhecerá o que pensam e o que propõem cada um deles. Não porque três meses sejam insuficientes para isso. Mas porque já escolheram os candidatos em que você pode votar. São os que estão liderando as pesquisas, os que vão aos debates e os que possuem mais tempo na propaganda eleitoral gratuita. E, curiosamente, são exatamente estes que recebem as pomposas “doações” dos donos do jogo democrático.
Esta coisa que os homens do poder chamam de democracia é tão estranha e complexa que não consegue nem mesmo garantir o que se propõe a garantir. Em todas as épocas da história da humanidade, quando algo não funcionava mais como deveria funcionar, precisou ser substituído. Em nosso caso, o que necessita ser trocado já está fedendo. Seja porque é sujo ou porque é podre demais.
Na democracia, dizem também que qualquer um pode ser candidato e que os eleitores têm o direito de conhecer as ideias e as propostas de todos aqueles que se candidatam. Agora, claro, que se um determinado candidato tem dez minutos de propaganda na TV, durante o horário eleitoral gratuito, e os outros têm apenas um minuto ou menos para apresentarem suas opiniões, isso já não é problema da democracia. Tem a ver com o posicionamento dos astros, as fases da lua e o ciclo de menstruação dos galináceos. Mas não com os direitos democráticos ou coisa parecida. O mesmo vale para as regras dos debates.
A legislação eleitoral, que também faz parte da democracia, obriga as emissoras a convocarem para os debates todos os candidatos dos partidos que possuem representação na Câmara Federal, mas não obriga a convocação dos que não possuem nenhum representante. De modo que convocar os párias das eleições fica a critério de cada emissora. TVs e rádios recebem concessões públicas para funcionar, mas decidem sozinhas quem participa ou não dos debates. É claro que se essa decisão diminui as chances dos partidos que não possuem representação alcançarem uma cadeira na Câmara Federal, isso também não é problema da democracia.
Desde o período da redemocratização, nunca tivemos tantos candidatos à Presidência da República como temos nestas eleições. Ao todo, são nove os que disputam o comando do país. Entretanto, você não conhecerá o que pensam e o que propõem cada um deles. Não porque três meses sejam insuficientes para isso. Mas porque já escolheram os candidatos em que você pode votar. São os que estão liderando as pesquisas, os que vão aos debates e os que possuem mais tempo na propaganda eleitoral gratuita. E, curiosamente, são exatamente estes que recebem as pomposas “doações” dos donos do jogo democrático.
Esta coisa que os homens do poder chamam de democracia é tão estranha e complexa que não consegue nem mesmo garantir o que se propõe a garantir. Em todas as épocas da história da humanidade, quando algo não funcionava mais como deveria funcionar, precisou ser substituído. Em nosso caso, o que necessita ser trocado já está fedendo. Seja porque é sujo ou porque é podre demais.
4 comentários:
Ibopecracia? Apontocracia? Fantochecracia... Bom texto. boa continuação de semana abs
João, acompanho seu blog há algum tempo, mas só agora criei coragem de comentar... deve ser porque o tema 'eleições' também andou me incomodando. O trecho abaixo seria postado no meu blog, mas achei que o post já tinha coisa demais e guardei pra mim. Mas achei pertinente colar aqui, então lá vai...
"Quando não reproduzidas pelo senso comum, o esforço em desqualificar os candidatos 'excêntricos' revela ainda uma das farsas da eleição - melhor dizendo, da sociedade burguesa. Supostamente, pelo ideário burguês, todos são iguais em direito e presumidamente legítimos para se candidatar e representar o povo num mandato público. Não é o que tais esforços evidenciam. Na sociedade burguesa não há iguais, nem em direito, nem em legitimidade e é isso que precisa ser reproduzido, sob o manto de uma falsa igualdade."
Abraço e parabéns pela postagem!
João, eu iria tratar desse assunto em meu blog justamente agora,(e acho que ainda o farei) mas depois de ler seu texto e encontrar nele as palavras exatas que eu gostaria de dizer, fico inibida. Receiosa.
Sempre achei que essa história de "direito" ao voto estava mal explicada,para mim isso não é direito e sim, dever.
Na política, democracia rima com hipocrisia, e isso não é legal, é imoral.
Dá uma passada no meu blog se tiver curiosidade... leia e comente.
Bjs Dani
Éh João, vc sacou...
Eu, realmente, escrevo como falo, é proposital.
Qnto a relação que eu faço no texto entre a sopa,o chá e o sexo.
Bem... é coisa de menina.
Se vc pensar um pouquinho mais sobre o assunto vai acabar descobrindo.
Bjs e obg pelo carinho e atenção.
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