segunda-feira, 21 de maio de 2007

Tão medíocre ser humano


Os murmúrios dos invisíveis
Alimentam o desespero
Dos nossos estouros cotidianos.
Vestidos e sem flores nos olhos,
Diante dos espelhos,
Somos todos marcianos.
O tempo rasga-me os sonhos
E o mundo espreme as minhas ilusões
Entre o céu e o inferno de cada coração.
Carrego em meu peito
A angústia comum a todos os solitários
Enquanto os meus olhos transbordam as águas de outros corpos.
Sinto-me tão apertado em meus novos sapatos
Que a estrada em que sigo nem me importa,
A perfeição se mostra tão medíocre
Que é impossível ser humano ao meio-dia.

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