segunda-feira, 28 de maio de 2007

Um segundo a mais de amor


Ando tão cansado
De sorrir para todos,
Me engasgo de garganta vazia,
Rezo antes do suicídio,
E sinto que morro sempre ao nascer do dia.

Ando me arremessando contra um sol
Que invade meu corpo,
Mistura-se ao sangue
E faz queimar as cinzas
Dos quadros que estavam na parede.

Ando com a epiderme petrificada,
De onde brota o vermelho translúcido do sangue,
Já não sinto mais os impulsos de minha garganta seca e cortada
Que transpira sangue
Por falta de suor.

Espero que uma chuva fina caia
Para beijar as feridas,
Pois já é possível ver o vazio do prato fundo.
Enquanto meu corpo explode num grito mudo,
Lá fora o mundo me implora
Um segundo a mais de amor.

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