Não me peçam um poema engravatado
Com palavras bem vestidas e alinhadas.
Eu não o farei.
Um poema não é um burocrata,
Não lustra botas,
Não diz “Sim, senhor!”
Um poema é um delírio,
É um pêndulo entre o amor e o ódio,
Um arrebatar de corações,
Um derrubar de cercas.
Um poema é dançar à beira do caos.
Não me peçam um poema recatado
Eu prefiro o escândalo, a nudez.
Porque um poema é um grito
Aos ouvidos da solidão.
Um poema não é o exílio,
É o retorno pra casa.
Faço versos com o corpo,
Com o suor e o sangue dos outros.
Porque um poema é uma veia aberta,
É a insônia dos medos.
Um poema é uma pedra no sapato.
João Paulo da Silva
Com palavras bem vestidas e alinhadas.
Eu não o farei.
Um poema não é um burocrata,
Não lustra botas,
Não diz “Sim, senhor!”
Um poema é um delírio,
É um pêndulo entre o amor e o ódio,
Um arrebatar de corações,
Um derrubar de cercas.
Um poema é dançar à beira do caos.
Não me peçam um poema recatado
Eu prefiro o escândalo, a nudez.
Porque um poema é um grito
Aos ouvidos da solidão.
Um poema não é o exílio,
É o retorno pra casa.
Faço versos com o corpo,
Com o suor e o sangue dos outros.
Porque um poema é uma veia aberta,
É a insônia dos medos.
Um poema é uma pedra no sapato.
João Paulo da Silva
2 comentários:
Somente o perfeito encaixe das palavras, unido a devida sonoridade aliada com a significância, podem dar o efeito deste poema, que desmistifica a formalidade clássica dos poemas, que eu odeio.
Gosto da tua forma de escrever, por isso que gosto dos teus poemas. Este aqui, por exemplo, já é até famoso, uma vez que foi recitado da bienal do livro de Maceió. Fico feliz por vc João!
taí, uma pedra no sapato, é isso que sinto tb. e, se me permite, diria tb q o poema é o ato falho que serve para nos dirigir em dias de chuva. é a criança que teima em não aceitar um não como resposta. é mesmo o amor que não aceita ser desamor.
novamente, parabéns, meu caro jonh.
que suas veias continuem sangrando. nós agradecemos!
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