Por João Paulo da Silva
Conheceram-se numa praça da cidade através de um amigo. Ela era uma baita de uma intelectual, tinha a fama de “comer os livros” e às vezes de ser arrogante. Já ele... Bom, ele era muito bonito, esforçado etc. Logo de primeira, houve um interesse de ambos em tornar aquela iniciante relação de amizade em um possível relacionamento mais íntimo. É claro que precisavam se conhecer melhor. Mas é que os dois já estavam há algum tempo sozinhos, preocupados com outras atividades, sem tempo... Sabe como é, né?
Conheceram-se numa praça da cidade através de um amigo. Ela era uma baita de uma intelectual, tinha a fama de “comer os livros” e às vezes de ser arrogante. Já ele... Bom, ele era muito bonito, esforçado etc. Logo de primeira, houve um interesse de ambos em tornar aquela iniciante relação de amizade em um possível relacionamento mais íntimo. É claro que precisavam se conhecer melhor. Mas é que os dois já estavam há algum tempo sozinhos, preocupados com outras atividades, sem tempo... Sabe como é, né?
Ela não gostava de perder tempo e tratou logo de marcar um novo encontro. Precisava conhecê-lo melhor. “Como ele é bonito” – repetia pra si mesma. Estava, de fato, encantada. Afinal de contas, ele era muito bonito. Ele também estava ansioso para encontrá-la novamente. Na primeira vez em que se viram, sabia que tinha acontecido algo diferente. “Alguma coisa relacionada com a pele, entende?” – dizia ele. “Alguma coisa envolvendo uma química”.
Resolveram se encontrar na mesma praça em que se conheceram. Ela, sempre adiantada, decidiu que deveria levar um presente. Gostava de impressionar no primeiro encontro. Como todo intelectual que se preza, achou que seria sensato presenteá-lo com um bom livro.
- Trouxe um presente pra você. – disse ela.
- Nossa! Um livro! Que bacana! Pra quê? – disse ele.
- Como assim, “pra quê”? Pra ler, ué?! – ela estranhou.
- Ah! É mesmo! Não sei onde ando com a cabeça.
Ele também tinha levado um presente. Um CD. Do Reginaldo Rossi. Ela ficou meio sem jeito.
- Brega?
- E dos bons, hein?! – disse ele empolgado.
Breve silêncio. Ela convidou:
- Vamos nos sentar ali. Depois podemos tomar um sorvete. O que acha?
- Mas só um?
- Não é isso. Eu quis dizer dois. Um pra você e outro pra mim.
- Ah, bom! Sendo assim tudo bem.
Ela riu, constrangida. Foram se sentar num banco embaixo de uma árvore.
Novo silêncio. Ela percebeu que não podia perder tempo. Era preciso falar alguma coisa.
- Escuta, eu preciso te dizer algo.
- Diz.
- Sou uma mulher direta. Não gosto de rodeios...
- Ah! Que pena!
- Pena? Por quê?
- Porque eu gosto muito de ver aqueles vaqueiros caindo de cima dos bois e cavalos.
“Deve ser o senso de humor dele” – pensava ela.
- Não é isso que eu quero dizer. – disse ela, já sentindo um misto de constrangimento e impaciência.
- Não? Então é o quê?
- Quero dizer que não gosto muito de enrolar pra falar algo.
- Ah! Agora eu entendi.
- Bom, vou tentar ser mais objetiva. Te chamei aqui porque eu tenho uma coisa importante pra falar.
- Então fala.
- Eu estive pensado e cheguei a conclusão de que poderíamos nos conhecer melhor e quem sabe trocar alguns fluidos? – disse ela um tanto insinuante.
Novo silêncio. Ela percebeu que não podia perder tempo. Era preciso falar alguma coisa.
- Escuta, eu preciso te dizer algo.
- Diz.
- Sou uma mulher direta. Não gosto de rodeios...
- Ah! Que pena!
- Pena? Por quê?
- Porque eu gosto muito de ver aqueles vaqueiros caindo de cima dos bois e cavalos.
“Deve ser o senso de humor dele” – pensava ela.
- Não é isso que eu quero dizer. – disse ela, já sentindo um misto de constrangimento e impaciência.
- Não? Então é o quê?
- Quero dizer que não gosto muito de enrolar pra falar algo.
- Ah! Agora eu entendi.
- Bom, vou tentar ser mais objetiva. Te chamei aqui porque eu tenho uma coisa importante pra falar.
- Então fala.
- Eu estive pensado e cheguei a conclusão de que poderíamos nos conhecer melhor e quem sabe trocar alguns fluidos? – disse ela um tanto insinuante.
Ele fez uma cara de decepção.
- Olha, eu vou ser sincero com você. Eu não gosto de trocar nada. Quando quero me desfazer de alguma coisa eu prefiro vender. É mais lucrativo, sabe?
Ela percebeu que a situação havia se complicado. Já estava ficando impaciente. Mas achou que devia se controlar. Afinal de contas, ele era muito bonito, esforçado etc.
- Ouça! Acho que você não está entendendo o que eu quero dizer. Vou tentar ser mais simples.
- Tudo bem.
- O que eu estou tentando falar é que o meu ID diz que eu preciso te beijar, mas meu SUPEREGO não irá permitir se você não deixar. Compreende?
- Ainda não. Esse papo de ID e SUPEREGO está muito complicado.
- Você nunca ouviu falar de Freud?
- Freud... Freud... Freud... É algum ator de novela?
- Não! Não é nada disso! – quase gritou.
- Olha, eu vou ser sincero com você. Eu não gosto de trocar nada. Quando quero me desfazer de alguma coisa eu prefiro vender. É mais lucrativo, sabe?
Ela percebeu que a situação havia se complicado. Já estava ficando impaciente. Mas achou que devia se controlar. Afinal de contas, ele era muito bonito, esforçado etc.
- Ouça! Acho que você não está entendendo o que eu quero dizer. Vou tentar ser mais simples.
- Tudo bem.
- O que eu estou tentando falar é que o meu ID diz que eu preciso te beijar, mas meu SUPEREGO não irá permitir se você não deixar. Compreende?
- Ainda não. Esse papo de ID e SUPEREGO está muito complicado.
- Você nunca ouviu falar de Freud?
- Freud... Freud... Freud... É algum ator de novela?
- Não! Não é nada disso! – quase gritou.
Estava havendo um problema de comunicação. Bem, talvez não fosse necessariamente comunicação. Mas era preciso tornar a conversa mais simples. Ela resolveu tentar uma última vez.
- Tudo bem, vamos tentar de novo. O que eu quero de você é uma prova empírica do amor.
- Uma prova empírica? Do amor?
- Sim! Do empirismo! De Bacon!
- Bacon?! Ah, não! Eu não como bacon. Engorda muito. Entrei numa academia faz...
- Não! Não é disso que eu estou falando! Me refiro a Francis Bacon! Chega! Eu desisto!
- Desiste de quê?
- De você! Seu quadrúpede!
- Quadru... o quê?
- Esquece! Eu vou embora. E me dá aqui o meu livro. Você não vai entender nada mesmo. E toma a porcaria do teu brega!
- Ei! Espera! E o nosso sorvete?
- Derreteu!
- Tudo bem, vamos tentar de novo. O que eu quero de você é uma prova empírica do amor.
- Uma prova empírica? Do amor?
- Sim! Do empirismo! De Bacon!
- Bacon?! Ah, não! Eu não como bacon. Engorda muito. Entrei numa academia faz...
- Não! Não é disso que eu estou falando! Me refiro a Francis Bacon! Chega! Eu desisto!
- Desiste de quê?
- De você! Seu quadrúpede!
- Quadru... o quê?
- Esquece! Eu vou embora. E me dá aqui o meu livro. Você não vai entender nada mesmo. E toma a porcaria do teu brega!
- Ei! Espera! E o nosso sorvete?
- Derreteu!
Ela se levantou bufando de impaciência e foi embora, pensando que não havia no mundo sujeito mais bronco. Ele continuava sem entender o ocorrido. Permaneceu sentado no banco, pensando que não havia no mundo mulher mais complicada. Surpreendentemente, em alguns momentos, a vida se apresenta como a arte dos desencontros. Depois de um acontecimento desses, só há uma coisa a dizer. Os físicos que me perdoem, mas os opostos se repelem.
3 comentários:
oii!
achei esse blog clicando no navbar na opcao "proximo blog..".
Gostei muuito de tudo o que lih, de verdade..
passarei sempre por aki..
;P
nammm... num era assim naum... a mulher eh q era burrinha que eu me lembro! pq mudou?!
^^
bjo
oi primo!!!!!!!!!
até que enfim passei por aki né?!
pense num blog massa esse teu!!!!
muito interessante....agora fiquei curiosa por uma coisa....tbém quero experimentar essa lasanha da sua esposa...hehehehe....
to indo mas depois eu volto....bjoooooooo!!!!!!!!!!1
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