domingo, 30 de agosto de 2009

A hora do cartão vermelho

Por João Paulo da Silva

Gostei dessa história do cartão vermelho. Foi uma boa sacada do Suplicy. Eu deveria ter pensado nisso antes. Entretanto, meu cartão vermelho não é apenas para José Sarney. É para todo o Senado. Para o Suplicy, inclusive. Por mim, iriam todos mais cedo para o chuveiro (quer dizer, já iriam tarde). E chuveiro, aqui, é só um eufemismo. Para os senadores, o termo correto é cadeia mesmo.

O arquivamento das acusações contra Sarney já era esperado, assim como o engavetamento das denúncias contra o tucano Arthur Virgílio. Costurando o velho toma lá, dá cá, Lula provou mais uma vez que, de fato, é um pizzaiolo de mão cheia. Ninguém investiga ninguém e todo mundo fica na moita. Sabe como é, né? É preciso ter cautela. Se o povo resolve ir às ruas... já viu!

Mas eu espero, honestamente, que ninguém no Brasil tenha apostado que, dessa vez, o Conselho de Ética iria ser, digamos, ético. Se alguém apostou, quebrou a cara. E se apostou dinheiro então... ui. Enfim, que justiça pode haver quando os bandidos são os próprios juízes? Afinal, corrupto que é corrupto tem seu próprio código de ética.

Confesso que desde que a crise política do Senado começou, há mais ou menos seis meses, passei a assistir a TV Senado com maior frenquência. Não vou esconder que os emocionantes bate-bocas se tornaram, para mim, atrações irresistíveis. Até pipoca com refrigerante eu pego na hora das sessões. Esses dias, porém, fiquei pensando em como tornar mais divertida a brincadeira. Aí tive uma ideia.

Lembrei que uma das possibilidades da TV Digital diz respeito a uma interatividade entre o espectador e o programa jamais vista antes. Na mesma hora, pensei como seria bacana poder interagir com os senadores durante as sessões. Já pensou nisso? Qualquer safadeza que as excelências dissessem ou fizessem, você, do outro lado da tela, no conforto do lar, apertaria uma tecla no controle remoto e o senador escolhido receberia um choque elétrico na cadeira. Ou ainda: ao apertar uma outra tecla, uma enorme mão-robô desceria do teto do Senado e acertaria um safanão na cabeça do senador de sua escolha. Ou, quem sabe, fosse até possível acertar uns tomates e ovos podres também. Bom, as possibilidades seriam ilimitadas.

Mas, provavelmente, o projeto não daria certo. O divertimento não compensaria os custos. Além do mais, muitas pessoas – assim como eu – não fariam outra coisa da vida a não ser dar choques e safanões biônicos em senadores. Enfim, o melhor mesmo é fechar aquela espelunca. Cartão vermelho neles!

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E tem aquela do cara que ligou para a Rádio Senado, querendo pedir uma música.
- Alô? É da Rádio Senado?
- É sim, senhor.
- Pô, toca aí a mais pedida.
- A mais pedida?
- É, cara. Aquela que começa assim: “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”.
Taí. Poderia até virar uma campanha nacional.
Ligue você também para a Rádio Senado e peça a mais tocada da semana!
Bom, é só uma ideia.

2 comentários:

AF Sturt Silva disse...

Cuidado com as ideias,elas podem ser tornar reais.
Brilhante texto!

Anderson Santos disse...

Excelentes ideias!!!!