domingo, 10 de janeiro de 2010

Adeus ao Ponto G

Por João Paulo da Silva

2010 começou com uma novidade “sexualmente avassaladora”, capaz de mudar nosso ângulo de visão sobre o sexo ou de, pelo menos, tirar um peso das costas de homens e mulheres. Pesquisadores da King's College London, na Inglaterra, após acompanharem a vida sexual de 1.800 britânicas, concluíram que o tão famoso Ponto G não existe. Segundo os cientistas, não há evidências biológicas de que a zona erógena exista e tudo, na verdade, não passa de uma invenção cultural. Fisiologicamente, não há como provar a área.

Estranho isso, sabe. Eu até cheguei a ler artigos que informavam a localização do Ponto G (pequena área atrás do osso púbico, perto do canal da uretra), embora nunca tenha conhecido ninguém que tivesse encontrado o lugarzinho. Agora, a revelação sobre o desejado ponto muda tudo. Sim, porque desde 1950, quando o ginecologista alemão Ernst Gräfenberg (por isso o G) apresentou a hipótese da existência da tal zona, que as pessoas realmente buscam o Ponto G. Quer dizer, mais de meio século de uma expedição sexual improdutiva.

Em minha opinião, isso merece uma indenização. Pensem nas décadas que bilhões de homens e, principalmente, mulheres perderam em busca daquilo que seria – literalmente – uma “fantasia sexual”. Pensem em todo o tempo perdido que poderia ter sido usado na procura de outras zonas erógenas, de preferência que existissem. Quantos relacionamentos não acabaram justamente por que inúmeros parceiros não conseguiram encontrar o Ponto G de suas parceiras? Quantas mulheres não se sentiram frustradas e infelizes por acharem que, diferente de algumas “abençoadas”, jamais localizariam o desgraçado do ponto? Entendem? A questão é séria, pô.

Tudo bem que talvez agora a vida sexual de muitas pessoas se tranquilize e a pressão diminua um pouco, visto que não há mais a obrigação de encontrar uma zona inexistente. Entretanto, isso não tira a responsabilidade de seja lá quem for o responsável por esse tempo todo de enganação. Alguém precisa pagar por isso. E, obviamente, em dinheiro, que é pra pagar os anos de terapia. Pode até ser o governo, através de um programa social de ressarcimento pelo prazer perdido ou alguma coisa do tipo. Não sei.

Enfim, independente das polêmicas, a conclusão da inexistência do Ponto G talvez nos leve, finalmente, até a compreensão de que o corpo inteiro é uma imensa zona erógena e que, para ter prazer, basta apenas ter a manha de fazer a coisa. Eu até poderia ensinar algumas dicas e toques, mas isso já é assunto para outra crônica.

5 comentários:

Congresso Nacional de Estudantes - Sergipe disse...

Aê João Paulo. Meu nome é João Ademir, sou estudante de direito na UFS e militante do PSTU. Conheci o seu blog através do meu grande camarada Lee Flores. O Dudu e o Fabiano também já tinham me avisado que tinha um cara em Maceió que escrevia pra caralho. Acompanho seu blog a quase um ano e só agora posto. Me perdoe. É que estou resolvendo, gradativamente, de maneira "lenta, gradual e segura", hehe, enveredar pelo caminho das artes. Sempre gostei de teatro e cinema, acho que seguirei este caminho. E ler suas crônicas, me diverte bastante. Parabéns pela inteligência dos comentários. Espero ter o prazer de um dia conhecer pessoalmente o camarada. Desde já, agradeço por tornar mais felizes, mesmo que só por alguns minutos,as manhãs no meu estágio.

Um grande abraço.

Estêvão dos Anjos disse...

hauhauhauahuahuahauhauhauahuahaua

muito bom po... nunca mais tinha lido um texto teu tão descontraído... e seu pilantra, vc vem a Maceió e farrapa nos programas né?

Raíza Rocha disse...

será que esse cara procurou direito? hahahahahahahaha

enfim, logo logo inventam outro!!!


beijos, mocinho!

leoo disse...

Muito boa, João! me lembrou uma crônica do Veríssimo sobre o que os cientistas dizem sobre o ovo. Parabéns!

Pablo Treuffar disse...

muito bom

parabens