sábado, 2 de janeiro de 2010

E agora?

Por João Paulo da Silva

Não sei o que faz as pessoas acharem que 2010 vai ser melhor do que 2009. É impressionante como uma certa magia toma conta da gente na hora da passagem do ano, fazendo todo mundo acreditar que da noite pro dia – literalmente – as coisas vão mudar. Não estou dizendo que não acredito em mudanças. Ao contrário. Penso, sim, que é possível mudar o mundo. O problema é que, nas mãos em que ele está hoje, as mudanças não virão. Pelo menos não as boas.

Não sei quem é o autor, mas tem uma frase que diz: “um pessimista é só um otimista bem informado”. É duro, porém tenho de concordar. Vejamos um dos assuntos mais comentados dos nossos dias: o aquecimento global e as alterações climáticas, por exemplo. Mesmo aqueles extremistas da esperança sabem que a situação é mais feia do que briga de foice. As consequências do aquecimento já podem ser sentidas por qualquer um, e não estou falando apenas do calor que aumentou. Eventos catastróficos estão se tornando recorrentes demais. Daqui a pouco, estaremos falando de tsunamis como quem fala da chuvinha das cinco. Assim, com naturalidade. Até que venha uma onda gigante e leve a casa da gente, claro.

Com o fracasso da Conferência de Copenhague (para alguns, já esperado), veio também o desespero certo de que, caso não mudemos radicalmente nossa relação com a natureza, estaremos empurrando o planeta cada vez mais para as cucuias. E, obviamente, a gente vai junto. Especialistas afirmam que o atraso nas decisões sobre as mudanças climáticas pode levar a humanidade para uma situação do tipo “agora é tarde demais”.

É possível que até o fim do século a temperatura da Terra suba uns 4 graus Celsius, trazendo consequências dramáticas, como a savanização da Amazônia e o aumento do poder destrutivo de tempestades, furacões e tornados. Além disso, o rápido degelo da Groelândia e da Antártica Ocidental pode elevar o nível do mar em 8 metros. Ainda não entendeu o que isso significa? Por exemplo: se o mar subir um metro, desaparecem Jacarepaguá e a Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Sentiu o drama? Pois é. E, mesmo assim, as grandes potências industriais não abrem mão do CO2 na atmosfera.

É claro que os responsáveis pelo problema querem dividir a culpa do aquecimento global entre todos os habitantes do planeta, numa tentativa de relativizar a pena pelo próprio delito. Cansei de ler matérias afirmando que cada um de nós libera no ar, por ano, uma média de 4,3 toneladas de gás carbônico. Isso sem fazer nada demais, só comendo e dormindo. Agora querem que a gente acredite que todo ser humano tem sua parcela de culpa na catástrofe iminente. Sacanagem, hein! Até já ouvi uma história sobre os efeitos da flatulência na atmosfera. Parece que a cada 100 puns que soltamos no planeta a temperatura dá uma esquentadinha, piorando o tal do aquecimento. Quer dizer, agora nem peidar a gente pode mais.

Bom, de qualquer forma, pensando na possibilidade de que nós não vamos conseguir salvar o mundo, eu fiz um pedido especial ao Papai Noel nesse Natal. Se o planeta for mesmo engolido por grandes tsunamis, então que a primeira onda de 1,5 km atinja em cheio a Casa Branca. Pô, nada mais justo, não é não?!

7 comentários:

Mário disse...

Olá, João. Meu caro, pode parecer que não - por conta do bombardeio midiático - mas o tal aquecimento global é assunto muito controverso. Há especialistas que são céticos em relação à hipótese do aquecimento global provocado pelo acúmulo de CO2, alguns, como Richard Lindzen (MIT) e Paul Reiter (Instituto Pasteur) são membros do IPCC. Reiter, inclusive, ameaçou entrar com processo caso seu nome não fosse retirado do relatório do painel da ONU onde ele aparecia como um dos que endossavam a tese de que doenças como a malária aumentariam sua incidência por conta do tal aquecimento. Reiter sabia que tal previsão é absurda, visto que o maior surto de malária já registrado na história ocorreu na gelada Rússia.

A propósito da savanização da Amazônia, um dos maiores geógrafos brasileiros,Aziz Ab'Saber, discorda dessa hipótese. Embora não discorde da tese do aquecimento, Ab' Saber acredita que as chuvas aumentarão na região norte do Brasil. O interessante é que tão pouca gente esteja dando ouvidos a um monstro consagrado como Ab' Saber. Seria uma afirmação, digamos, "incoveniente"?

A propósito, vc soube dos emails suspeitos interceptados por hackers na universidade de East Anglia? As conversas registradas nesse emails de cientistas falam de "truques" e sobre esconder resultados. Ah, os autores não negam ter escrito os emails, apenas alegam que foram mal interpretados.

O professor Luis Carlos Molion, responsável pelo radar meteorológico da UFAL, é um ferrenho opositor da tese do aquecimento global.

Um outro ponto, vc tem conhecimento, João, de alguma "verdade inconveniente" que tenha levado um Oscar ou que conte com o apoio maciço da mídia? Você confia nas boas intenções de Al Gore?

Há um documentário no youtube chamado "A Grande Farsa do Aquecimento Global", com as considerações de cientistas que discordam dessa hipótese. Hà também o depoimento de Patrick Moore, um dos fundadores do Greenpeace.

Dê uma olhada nesse trecho, que traz algumas considerações do economista queniano James Shikwati.

http://www.youtube.com/watch?v=TTeYXSQ8FAE

Só um esclarecimento: tsunamis nada têm a ver com o clima, elas são provocadas por maremotos, um fenômeno geológico, não meteorológico.

Abraço e feliz 2010!

Mário disse...

João, dá uma olhada nesse texto:

"Existem sinais ameaçadores de que os padrões climáticos da Terra começaram a sofrer mudanças radicais e que tais mudanças podem provocar uma queda drástica na produção de alimentos - com sérias implicações políticas para praticamente todos os países da face da Terra. A queda na produção de alimentos poderia começar logo, talvez daqui a dez anos.

Os indícios que sustentam tais previsões começam a se acumular de tal maneira que os meteorologistas são pressionados a se manter atualizados.

(...)

Em abril último, nos tornados mais devastadores jamais registrados, 148 tornados deixaram mais de 300 mortos e causaram prejuízos da ordem de meio bilhão de dólares em 13 estados americanos.

Para os cientistas, esses incidentes isolados representam os sinais de avanço de mudanças fundamentais no clima do mundo."

O trecho acima foi retirado de um artigo de 1975 da revista Newsweek. O nome do artigo era "O Resfriamento do Mundo".

Confira aqui nesse link que a revista Time também embarcou na paranóia na nova era glacial. Era o que se falava nos anos 70:

http://www.time.com/time/covers/0,16641,19770131,00.html

O assunto é controverso. Há muita gente boa alertando quanto ao alarmismo em torno do aquecimento global. Quem está certo? Não sei, mas eu desconfio muito de teses apocalípticas e de "verdades incovenientes" que levam Oscar e Nobel da paz.

Karaka e Mifilho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Olá, João. Meu nome é Eduardo. Te mandei um e-mail há uns dias pedindo sua ajuda/participação num trabalho acadêmico que eu e minha namorada estamos fazendo. Não sei se você já viu e/ou ainda não teve tempo para responder, ou se nem viu. O fato é que pedimos, POR FAVOR, que você leia e, se possível, nos ajude. Trata-se de um projeto de pesquisa que estamos desenvolvendo sob o tema "Blogs pessoais escritos por jornalistas profissionais". E, como lemos o seu blog há um tempo já e gostamos tanto, se você concordar, ele será um dos dois que usaremos como objeto de estudo.
Ah, somos estudantes de jornalismo e estamos com certa urgência da sua ajuda.
Esperamos um retorno.
Abraço! Bons dias!

P.S.: meu email, caso precise, é edu1996@hotmail.com.

Anderson Santos disse...

Eu já vi e ouvi muito das opiniões do professor Molion e ele tem bons argumentos - e esses emails interceptados os dão uma boa solidificação.

Os Anos que vivemos cantando Rock disse...

Bem, João, as mudanças, com a virada do ano, sempre ocorrem, isso é... cósmico! É só vc somar os números: 2+0+1+0=3, que é um número de fertilidade e criatividade, sedução e um incrível poder de negociação (a Imperatria, do Tarô). Então podíamos assimilar estes conceitos para tentar fazer deste um mundo melhor (um mundo q somos nós mesmos...). O ano passado (o número 11, A Força, ou o 2, a Sacerdotisa) tinha muito dessa espera feminina concectada com o céu, retendo energia... Não foi tão ruim assim, foi difícil, mas podemos agora construir algo novo, vc não acha?
Aquele abraço

Raíza Rocha disse...

você marcha, José!
(rs)

bjos