domingo, 31 de janeiro de 2010

A voz

Por João Paulo da Silva

Uma voz. É o que precisamos. Uma voz que reivindique a vida, que fale da curta beleza das flores de um buquê como se falasse do eterno brilho dos olhos infantis. Uma voz que arrebente os tímpanos do moralismo, que estilhace os vitrais dos valores burgueses, que rasgue os contratos e estupre os cartórios. Uma voz que amanheça os sonhos, que desperte os beijos adormecidos, que sopre a poeira dos livros das estantes.

Uma voz que transborde o corpo, que fecunde a alma, que floresça nos corações murchos. Uma voz que triture os grilhões, que dispare palavras de aço, que atravesse os tempos. Uma voz que desonre o Estado, que imponha a desordem, que desburocratize o homem.

Que essa voz venha como uma locomotiva, berrando a liberdade, mastigando o mundo, recriando os olhos. Que essa voz seja a poesia. E nada mais.

2 comentários:

Eraldo Paulino disse...

Precisamos mais do que nunca desa voz aqui na Amazônia. Xingu pede socorro, enquanto que Lula, Dilma e seu PAC (plano de aceleração do capitalismo) ameaçam provocar a maior catástrofe ambiental da história da Amazônia.

Unknown disse...

Deixei um selinho pra vc lá no meu blog!! Lá vc vai entender o que é. Dá uma olhadinha lá!!
www.paraagloriadedeus.blogspot.com
Paz!